sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Educação igual para todos (Cristovam Buarque)

"Todas as crianças precisam ter a mesma chance. Elas não podem ser discriminadas só porque nasceram em uma cidade muito pequena ou porque os pais são pobres e vivem em uma área de periferia. Elas devem ter a chance de estudar em escolas que são iguais às melhores escolas do país. Todas as escolas devem ter o mesmo padrão. Todos os professores e professoras devem ser formados(as) em universidades e cursos com a mesma qualidade. Isso é possível. Se você vai em uma agência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal, em qualquer cidade do Brasil, o padrão de atendimento e de serviço é o mesmo; são instituições que mostram que o Estado brasileiro tem capacidade de gerar organizações que funcionam. Assim deveria ser também com as escolas. Professores e professoras bem remunerados(as),  com meios de trabalho e ambiente adequados. Livros, currículo, computadores, tudo para ajudar a ter o mesmo padrão e a formar as crianças oferecendo-lhes a mesma chance. Os(as) professores(as) devem ter seus salários pagos pelo governo federal, seguindo um plano nacional de educação de qualidade e a escola gerenciada pela prefeitura e pela comunidade, aberta à participação dos pais, das mães e de toda a comunidade."

Cristovam Buarque, em debate no plenário do Senado Federal, 10/8/2007

Um comentário:

  1. O Brasil, em virtude de seu estrondoso atraso no sistema educacional, precisou atingir, como de fato o fez, essa espécie de "universalização" da matrícula de alunos na educação básica, alcançando nesta última década um índice próximo de 100% de crianças e jovens na escola. Naturalmente, essa mudança drástica e rápida trouxe intrinsecamente um turbilhão de problemas até hoje não resolvidos, como: oferecer ensino de qualidade aos alunos; romper essa desgraça da evasão escolar; eliminar o inadmissível ANALFABETISMO (13 milhões não sabem ler e escrever!); estruturar as unidades escolares de condições dignas em consonância à 9ª economia do mundo (nossa posição conforme PIB); valorizar, em todos os âmbitos possíveis, os profissionais da educação; tornar o currículo escolar uma ferramenta coerente com a realidade em que vive o aluno, capaz de atribuir conhecimentos que podem ser usados efetivamente em sua vida cotidiana e/ou no mercado de trabalho... enfim, mais do que quantificar de alunos o sistema educacional apenas, como já foi feita, é necessário garantir qualidade verdadeiramente aos processos da área de educação, tão essencial e vital para o desenvolvimento humano, social, econômico.

    Abraços,

    Lindemberg

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